domingo, 25 de janeiro de 2015


 
 
Quando a noite cai e a saudade se acende, as estrelas enternecem-se e derramam o som das cores que passaram e o brilho dos murmúrios que ficaram.

Estala a lembrança de outras noites na ilha do Ibo, quando o tempo corria cálido e lento.

Tu vinhas visitar-me, passavas a noite comigo e dizias que um dia ficarias para sempre.

Eu, embriagada com a luz do teu olhar, acreditava no poder mágico da sedução, no prazenteiro jogo do enamoramento e em todo o seu cortejo de deuses.

Até que um dia deixaste de aparecer, mas a música com que beijavas os meus lábios, e a surdina do teu perfume de lírios no meu corpo, fazem-me acreditar que um dia voltarás e não mais partirás.
 
                                                                                                                                       Isabel Maria