Há momentos catapultados para a
eternidade.
Vem isto a propósito de uma
reunião de trabalho de uma actividade extra-curricular, ocorrida há uns meses,
na qual participei. No início dos trabalhos, cada um dos presentes
apresentou-se abrindo o seu coração e contando as suas alegrias, as suas
preocupações e as suas expectativas.
Quando
usei da palavra, relatei que tinha sido assolada por um carcinoma ductal invasivo há 9 anos e que
tinha medo de uma recidiva, mas logo asseverei que era uma mulher forte e que
tudo iria correr bem comigo.
Quando terminei, ouvi a tua voz, Pedro:
- Força, Isabel! Força!
Logo de seguida, tu, Michelle,
sentada ao meu lado, aproximaste-te de mim e deste-me um abraço do tamanho do
mundo.
E o vosso afago, Pedro e Michelle,
agasalhou o meu coração. Ouvi as palavras que tu, Michelle, me disseste, sem dizeres, e
senti o abraço que tu, Pedro, me deste sem dares.
São palavras e gestos como estes que fazem com que, em cada aurora, o
sol nascente desenhe um sorriso no nosso
coração. São palavras e gestos como estes que, à noite, acendem as estrelas do
firmamento.
Bem hajas, Michele. Bem hajas,
Pedro. E que as constelações que vocês acenderam naquela noite, iluminem sempre
o vosso trilho.