domingo, 10 de junho de 2012

AS PALAVRAS DE MICHELLE OU O ABRAÇO DE PEDRO



              Há momentos catapultados para a eternidade.

              Vem isto a propósito de uma reunião de trabalho de uma actividade extra-curricular, ocorrida há uns meses, na qual participei. No início dos trabalhos, cada um dos presentes apresentou-se abrindo o seu coração e contando as suas alegrias, as suas preocupações e as suas expectativas.

              Quando usei da palavra, relatei que tinha sido assolada por um carcinoma ductal invasivo há 9 anos e que tinha medo de uma recidiva, mas logo asseverei que era uma mulher forte e que tudo iria correr bem comigo.

              Quando terminei, ouvi a tua voz, Pedro:

             - Força, Isabel! Força!

             Logo de seguida, tu, Michelle, sentada ao meu lado, aproximaste-te de mim e deste-me um abraço do tamanho do mundo.

             E o vosso afago, Pedro e Michelle, agasalhou o meu coração. Ouvi as palavras  que tu, Michelle, me disseste, sem dizeres, e senti o abraço que tu, Pedro, me deste sem dares.

             São palavras e gestos como estes que fazem com que, em cada aurora, o sol nascente  desenhe um sorriso no nosso coração. São palavras e gestos como estes que, à noite, acendem as estrelas do firmamento.

             Bem hajas, Michele. Bem hajas, Pedro. E que as constelações que vocês acenderam naquela noite, iluminem sempre o vosso trilho.

                                                                                                      Isabel Maria